quinta-feira, 30 de abril de 2009

Pomadas nº 2 e 3


No Verão passado andava eu por Terras do Sado para um fim de semana em familia, eis senão quando fui parar às Caves José Maria da Fonseca. Após uma visita e uma prova lá decidimos
adquirir umas garrafas da Casa em causa.

Primeiro, lá abri os cordões há Bolsa, que isto uma vez não é exemplo, e escolhi 
um Alambre 20 anos.

Recentemente a garrafa foi aberta e testada. Resulta num vinho bastante intenso que se mantem no paladar durante largo tempo. Demasiado pesado para  aperitivo (fruto dos 20 anos de envelhecimento?), cruza bem com uma sobremesa mais leve.

Uma bela pomada que aprova os 20 e poucos euros que custa a garrafa de 500 ml.

Ideal para acompanhar um fim de noite na varanda a contemplar o mundo e a pensar na vida...

Adicionalmente, resolvemos adquirir duas garrafas de 750 ml da colheita de 2002 
para o dia a dia. 

Com um custo de aproximadamente 5€ revelou-se um bom vinho com uma leveza e caracter que se comporta bem junto de uma sobremesa mais elaborada ou por si próprio.

Sinceramente foi o vinho que me fez começar a seguir esta Casa produtora (referência nos Moscateis) por ter conseguido da produção corrente algo tão sustentavel.

Uma das garrafas já faz parte do passado:)

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Virai costas a castela...não quereis ser castelhana...


Hoje fiz parte de um mar de gente que emocionadamente cantou ao som de adufes na Romaria de Nossa Senhora do Almortão....em terras da Raia...Idanha-a-Nova...

"...Rainha do Céu, faz com que a guerra se acabe sobre a terra, haja entre os homens a paz de Jesus...."

Uma lagrima caiu-me nesse momento...por ver que ainda há em Portugal quem reage há queda de tradições com significado superior....

Deixo um excerto do som de adufeiras...

domingo, 26 de abril de 2009

Domingo de Pascoela é Dia de São Luis & Pomada nº 1


Todos os anos no primeiro Domingo após a Pascoa, a que o povo chama de Pascoela celebra-se na minha Terra Natal a Romaria de São Luís!

Este ano não foi excepção!

São Luís foi um Rei Cruzado Francês que comandou as ultimas cruzadas...a 7º e 8º que falharam nos desertos da Terra Santa e do Egipto...

A Romaria de São Luís inicia-se com uma missa campal seguida de procissão no meio do campo junto há Capela dedicada ao Santo a cerca de 5 kms da localidade.

Em seguida grupos juntam-se pelos campos para almoçarem em convivio...noutros tempos um mar de gente dirigia-se à ermida deixando a aldeia deserta...nos dias que correm muitos esqueceram este ritual trocando um conforto espiritual por um conforto fisico (?!).... no entanto este ano contei felizmente com a presença de amigos e colegas tornando a ocasião mais animada!


Para comemorar este dia, resolvi adquirir e abrir uma garrafinha de Moscatel diferente.

A opção recaiu sobre um Ermelinda Freitas, Superior Colheita de 2000.

Uma estreia para mim da casa Ermelinda Freitas e logo com nota muito elevada. Uma verdadeira "pomada" como diria um dos convivas,  acompanhado por uma deliciosa torta de laranja, majesticamente confecionada pela minha mãe (para não variar).

Gostava de notar que o vinho licoroso em causa apresentou um final intenso e bastante doce que cola bem com um doce mais frutado.

Até a GNR local provou! lol

"Et verbum caro factum est"


Hoje é dia 14 de Agosto de 1385...soam as 6 horas da tarde...Cavalaria Francesa às ordens do Rei Juan I de Castela carrega orgulhosamente em Aljubarrota! 
A escassas centenas de metros do objectivo, a hoste lusitana, as covas de lobo fazem o seu trabalho...e quebram a corrida e o ataque...6500 homens sob o estandarte de D.João I e do Mestre de Avis aguardam o verdadeiro embate...

Juan I ao contemplar a falha inicial ordena o avanço geral...30 mil homens tomam o passo...à frente vem o traidor Conde de Barcelos João Afonso Telo...os 1000 bravos lusitanos da vanguarda cedem perante o peso insuportável da carga castelhana...era o momento da verdade...

D. João I ao ver o apuro da frente avança ele próprio para a refrega com a  sua hoste gritando em alta voz:

 "Avante, Senhores! Avante por S. Jorge e Portugal, que eu sou o
 Rei!"

...e entra na batalha...pelejando ele próprio...fica para memória o duelo com o Campeão de Castela Álvaro Gonçalves de Sandoval...

Ambas as alas lusitanas comandadas por Antão Vasques e Mem Rodrigues (a fina flor da juventude portuguesa - imortilizada com o nome de Ala dos Namorados) enchem-se de força sobre-humana e voltam a fechar o quadrado!

Era o fim da hoste invasora...cercados por todos os lados...tudo se resume a uma questão de tempo...Juan I decide fugir antes de ser capturado...primeiro para Santarém onde ainda esvoaçava no alto da Torre de Menagem o estandarte inimigo...e em seguida para Castela...

Hoje é um dia de grande alegria, em Roma, Sua Santidade o Papa Benedictus XVI reconhece como Santo, o Condestavel Nun'Alvares Pereira. Com este momento, faz-se a justiça que era esperada há 600 anos!

sábado, 25 de abril de 2009

Dois povos....uma história...um espirito...um sentimento....

...
Salgas de ventres que não tiveste
ceifando os filhos que não são teus
nobre soldado nunca sonhaste
ver uma espada na mão de Deus

Da cruz se faz uma lança em chamas
que sangra o céu no sol do meio dia
do meio dos corpos a mesma lama
leito final onde o amor nascia
...

Trovante

http://www.youtube.com/watch?v=24giXANeApk

quinta-feira, 16 de abril de 2009

On this dark times when....

.
"...ask not what your country can do for you - ask what you can do for your country!"

John F. Kennedy - January 20th 1961

sábado, 11 de abril de 2009

Votos de uma Santa Pascoa


Quero desejar a todos as pessoas que fazem da minha vida uma experiência unica...os mais proximos e os mais distantes... os Votos de uma Santa Páscoa!

Que o reascender da luz nesta noite especial ilume cada um na sua vida!

Boa Pascoa!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Musica nº 3


Há muito tempo que não colocava uma musica no blog...

Sou lisboeta por adopção muito recente, mas esta musica  dos Polo Norte já me toca...partilho aqui a musica:

Saio porta fora
E vou por ai pelos caminhos,
A noite devora, cruzam-se homens sozinhos;
Noites serradas,
Guerras triviais,
Portas fechadas, palavras infernais.

(Refrão)
E ao ver-te Lisboa, Lisboa,
Perder, o Bairro da Madragoa

Ruas e Vielas,
Musgo nos telhados
Oheh, oh, oh
Velhos á janela,
Lembram tempos passados
Rádios acesos,
Um homem sem vez
Oheh oh, oh
Afoga as tristezas, num copo de três

(Refrão)
E ao ver-te Lisboa, Lisboa
Perder o Bairro da Madragoa

Mulheres de rua,
Histórias de atrofiar
Noites de lua,
Segredos por desvendar,
Sentir.te no escuro,
Olhar-te nua e crua,
Rodeado de um muro de gente que não recua.

(Refrão)
E ao ver-te Lisboa, Lisboa
Perder o Bairro da Madragoa

Livro nº7


Amanhece no estreito do Bosforo ... hoje é dia 29 de Maio de 1453, já há quase dois meses que Mehmed II à frente de quase 200 mil homens poê Constantinopla a ferro e fogo. Do outro lado, um império agonizante...menos de 10 mil homens comandos por Constantino tentam manter a chama que arde à mais de dez séculos...

Numa série de infortunios após horas de violentos combates na muralha...os Janizários (a tropa de elite otomana) aproveita uma momentanea desorganização dos defensores e entra de rompante em Constantinopla...o próprio Constantino, num acto altruismo heroico, arranca as insignias imperiais e morre em combate a defender uma brecha...

É a hora da morte do império...a sua capital (e um dos poucos territórios ainda controlados pelos bizantinos) é tomada e saqueada...a Hagia Sofia é convertida em mesquita....

É o fim da Idade Média e o inicio de um novo tempo....as Repúblicas Italianas verão nos anos seguintes o acesso negado às rotas da China e India...Portugueses e Castelhanos estavam já no mar a inicar a descoberta do mundo...

Tratando-se de uma tema fulcral na história da Europa, adquiri e li a alguns meses um livro que faz todo o sentido falar: " A queda de Constantinopla 1453" de Steven Runciman, relata num tom simples e narrativo os acontecimentos que levaram à conquista de Constantinopla.

Uma viagem a fazer um dia...


terça-feira, 7 de abril de 2009

Semana Santa


Vivemos os ultimos dias da Quaresma...

A observância dos 40 dias que se iniciam na Quarta-Feira de Cinzas intensificam-se nesta semana, quando a Sexta-Feira Santa se aproxima.

Existem diversas experiências da Pascoa ... aqui fica a minha.

Inicio:

A minha Pascoa começa no Domingo de Ramos (8 dias antes), na minha terra natal, provincia a dentro numa pequena Capela no centro de uma aldeia com 700 anos de história as pessoas
reuniem-se por volta das 10.30 para a oração...meia hora depois em procissão percorrem-se as escassas centenas de metros que separam o pequeno templo da Igreja Matriz de São Silvestre. Em seguida celebra-se a Santa Missa onde a leitura da Paixão de Cristo é o momento central.
O tradicional almoço de Domingo em familia segue-se...

Quinta Feira:

Percorro as duas centenas de quilometros de Lisboa à Terra Natal, por volta das 6 e 30 começam as celebrações...em tempos com a cerimonia de lava pés ... nos dias de hoje bem mais simplificadas...

Sexta Feira Santa:

Nove e trinta da noite....uma procissão de velas enche as ruas de pedra gasta...no centro uma imagem...é o enterro de Cristo....mulheres e homens entoam ladainhas tristes...à frente uma matraca anuncia o cortejo....

Sabado de Aleluia:

Dez e trinta da noite...um templo vazio e sem luz...apenas um braseiro arde à entrada...a população junta-se no adro ... a nova luz é abençoada...pouco a pouco espalha-se de vela em vela...é a Luz da Ressureição...uma nova vida começa...termina a quaresma...Inicia-se um novo tempo!

Domingo de Pascoa:

Dez da manha, o sol aquece o coração...uma sombra no adro da igreja representa o momento...um crucifixo iluminado pela força de Deus...o Santissimo sai a rua protegido por um Palio Dourado...canções de alegria são entoadas...é o Dia esperado!

Familias reunem-se após a celebração, o almoço de familia segue-se...iguarias foram preparadas! Um novo tempo se anuncia! Aleluia são entoados!

sábado, 4 de abril de 2009

Contemplando a planicie...


A pouco estava sentado num alpendre simplesmente a contemplar o efeito do vento na erva na planicie no crepusculo de um dia de primaveira.

Batalha de Atoleiros


Comemora-se na próxima segunda feira, dia 6 de Abril, 625º aniversário da Batalha de Atoleiros. 

Após a tomada do poder por D.João I em Lisboa, Nuno Alvares foi nomeado fronteiro-mor do Alentejo (cargo similar ao que seria mais
 tarde no século XVIII e XIX o Governador de Armas do Alentejo) com o objectivo de impedir uma invasão por uma das 3 rotas tipicas de invasão de Portugal - Alto Alentejo (as outras duas são entrada por Castelo Branco na Beira Baixa e Braga no Minho). 

Numa época em que as lealdades pessoais e feudais se sobrepunham ao ainda emergente sentimento nacional, a Batalha de Atoleiros viu o irmão do Condestavel lutar no lado Castelhano.

Em termos tácticos, pela primeira vez, as tropas portuguesas fecharam em quadrado com todas a cavalaria a desmontar para lutar a pé lado a lado com infantaria (algo até então considerado inglório). Seguiu-se uma orgulhosa carga de cavalaria pesada pela fina flor da nobreza castelhana, desbaratada em poucos minutos perante uma organizada e compacta linha portuguesa. Está tactica iria ser bem sucessida mais tarde um pouco por todos os campos de batalha da Europa (em que a famosa Batalha Anglo-Francesa de Azincourt é apenas mais um exemplo).

Estive hoje na "pequena" feira mediaval organizada em Fronteiro pelo municipio, sendo que amanhã, será levado a cabo uma recriação da Batalha entre as duas hostes em contenda.

A Batalha de Atoleiros revelou o espirito e  fibra do Condestável, bem como a sua dedicação à causa Portuguesa de D. João I, espirito esse que o acompanhou até aos ultimos dias da sua vida. Fica um pequeno excerto atribuido a Nuno Alvares Pereira no final da sua vida que ilustra essa mesma convicção:

"Frei Nuno recebeu o embaixador de Castela,
em sua cela, amortalhado no hábito.
‐ “ Nunca mais despireis essa mortalha?” ‐
perguntou‐lhe o castelhano.
‐ “Só se el‐rei de Castela outra vez movesse
guerra a Portugal...”
E erguendo‐se:
‐ “Em tal caso enquanto não estiver sepultado,
servirei ao mesmo tempo a religião
que professo e a terra que me deu o ser”.
Por baixo do escapulário tinha o arnez vestido.
O castelhano curvando a cabeça, saíu."