sábado, 19 de julho de 2008

Que da ocidental praia lusitana...



O tema de hoje é o Oriente.

Já algum tempo que andava para escrever sobre este tema, mas a vinda de um grande amigo meu de Macau deu o toque final para que o assunto tivesse finalmente direito a ver a luz do dia!
Há quase 600 anos, em 1415 os Portugueses comandados pelo Rei D.João I, Mestre de Avis (o mesmo que fez par com a Dona Brites de Almeida em Aljubarrota) entra em Ceuta, dando o pontapé de saida para os descobrimentos portugueses. No século seguinte a Cruz de Cristo haveria de ser levada até à China, Japão e Mar de Timor.
A presença administrativa haveria de se prolongar até 1999 com o baixar da bandeira em Macau...mas que ficou para alem disso, desses 6 séculos de presença?
Que resta nas praias de Ormuz, Goa, Damão? Malaca? Nagazaki, etc?
Resta as ruinas materiais e espirituais do que foi em tempos o nosso poder , de como um pequeno país com um milhão de habitantes em 1500 se lançou em barcos numa viagem de 6 meses para estabelecer um império do outro lado do mundo. Fortes foram levados como se de legos se tratassem, pequenas guarnições de soldados e aventureiros ousaram desafiar impérios milenares (Persa por exemplo...), missionários foram martirizados (no Japão por exemplo), mas o sonho cumpriu-se...a história ficou...
Passamos os 5 séculos seguintes a lamentar o que podiamos ter conseguido...ainda hoje o fazemos...
Que resta agora? Será que o lema "Dar novos mundos ao mundo" e a esfera armilar na Bandeira Portuguesa já nada representa?
Depende de cada um ter presente esse espirito, essa alma lusitana que é sem duvida o nosso maior trunfo nesta época de globalização!

4 comentários:

Nessy disse...

Olá :)

Ainda bem que a vinda do Ema te inspirou a escrever este post, é sem dúvida muito importante ter o nosso passado lusitano presente. E sobretudo relembrar o quão glorioso foi, e a audácia do povo português!
Deixo-te aqui a primeira estrofe, do primeiro canto de "Os Lusíadas" de Camões.
« As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram.»

Um beijinho, gostei que tivessem aparecido por Óbidos! Boas Férias pela Croácia!

Anónimo disse...

Hello!
Uma pessoa de quem eu gosto muito disse-me uma vez: "Portugal sempre foi grande quando o quiseram tornar pequeno!"
E a grandeza do nosso passado ninguém a consegue apagar, isso é um facto. Enquanto pertencente à raça lusitana, orgulho-me daqueles bravos que foram mar adentro em frágeis lenhos, quase às cegas para dar novos mundos ao mundo. Mas também te digo que muito me envergonham os relatos das atrocidades muitas vezes cometidas.
Em nome de Deus? ou ao serviço da ganância pessoal de uns quantos?
Descobrir sim, colonizar, não! Para mim teria sido perfeito descobrir novas terras, mas tê-las
deixado evoluir ao seu ritmo e sabor, consoante as suas ideologias, sem imposições. Acharias bem vir agora aí um diabo qualquer impor-te que deixas de ser católico e passas a ser budista ou muçulmano? Hem, diz lá!

Já te piquei que chegue! Beijinho.

Daniel disse...

A "colonização" terá que ser vista sempre à luz da moralidade existente na altura. Não podemos olhar para trás e julgar acções de acordo com o que consideramos correcto hoje em dia. Caso contrario, todos os governantes, todos os povos, todas as nações cometeram atrocidades aos olhos de hoje...

O deixar evoluir ao seu ritmo é bastante enigmático. O caso da américa do sul é paradigmático, embora houvesse sociedades de alguma forma evoluidas (mas muito barbaras para os conceitos actuais de moralidade) existiam (e existem ainda) ainda recolectores. Ora independemente do que se possa ser hoje a má situação desses povos, n achas que houve uma evolução muito grande? Taxa de mortalidade infantil, esperança de vida, etc?

Já agora quem és?

Cumprimentos,

Daniel

Anónimo disse...

Perguntas: Que resta agora? Que falta agora? Falta cumprir-se Portugal.

Como? Ser novamente um país na vanguarda da tecnologia, com visionários, aventureiros, cientistas, economia do conhecimento para, mais uma vez, dar novos mundos ao mundo. Como o poderia fazer?

Através da conquista do espaço. Soa tão irreal para este agora pequeno e atrasado país no início do século XXI, não é? Teria de ter sido assim?

Ricardo Pais de Oliveira