domingo, 29 de junho de 2008

Dia da Graça vs Dia da Desgraça?


O tema de hoje é o Domingo.
Já alguma vez pararam para comparar o vosso Domingo actual e o Domingo de à 15 anos atrás?
Eu fiz hoje esse exercicio....
No final dos anos oitenta, inicio dos anos noventa o meu domingo começava às 9 da manhã.
Depois do pequeno almoço, toda a familia se preparava para a missa dominical na Igreja de S.Silvestre. Nesses dias passados, toda a terra se preparava para esse acontecimento...os melhores fatos eram vestidos...as joias saiam das comodas.....uns podem chamar a isso vaidade...nada disso...naqueles dias...em que os conceitos de abudância e riqueza eram outros...aquele momento representava o esquecimento dos problemas quotidianos...
Ao meio dia em ponto .... uma igreja cheia...um coro feito pela juventude da terra...as palavras inflamadas do Padre Manuel (Que Deus guarde a sua alma.. pois muito fizeram por esta terra e estas gentes...)...
Por volta da uma e um quarto, as pessoas ao sair...punham a conversa em dia no adro da Igreja....pouco a pouco a direcção de casa era tomada...ruas cheias de gente a pé ... para o almoço de familia ... os filhos vinham de Lisboa ... era o momento da semana para muitos idosos ...
Na minha casa tipicamente à um e meia estavamos a almoçar ... o domingo significada direito a batatas fritas, a sobremesa e a um refrigerante!!!! Ainda me lembro tão bem dos Joi, do Sucol, etc... na altura parecia um tesouro.... e agora? fico enjoado só de pensar naqueles sumos....mudam-se os tempos...
Depois de almoço, praticamente todas as familias que podiam rumavam até ao café, local por excelência àquela hora... quanto a minha familia...era ao café do João "Farinheira" que iamos...amigo pessoal da familia, depois de almoço costumava estar muito bem disposto (os copos a funcionarem....). Era ai no café "O Retiro do Caçador", que se falava, tentava arranjar dinheiro para um gelado que nem sempre conseguia....mas quando conseguia o valor que tinha:)
Depois voltar a casa ou então proceder as visitas dominicais....pelas casa de familiares!
Ao fim do dia já em casa, preparava-se o jantar. Tipicamente uma canja, era o unico dia da semana que não tinha de comer legumes ou hortaliça na sopa!!!
Cedo ia para a cama, pois no dia seguinte as 7h30 era hora de acordar e ir para a escola!
E 15 anos passado, o que sobre desse dia mágico?
Para muitos dos que partilharam esses domingos comigo ... resta os centros comerciais...onde magotes vão passar horas em filas.... para não comprarem absolutamente nada (sinais da crise).
Outros passam o dia em casa de pijama...pois se é para descansar significa não fazer absolutamente nada.... e o que resta para mim, desses saudosos domingos?
Bem eu cá vou tentanto manter tudo da mesma forma ... levanto me cedo, vou a uma igreja despida de gente e do entusiasmo de outrora.... segue-se o almoço dominical ... com melhores iguairas do que no passado (sinais do crescimento enconómico da familia e do país....). Depois de almoço já não há o café de outrora...tento encontrar-me com amigos...o que nem sempre é possível... e depois há a viagem para Lisboa .... de volta aos lobos e ao trabalho .... por uma vida melhor....
Será mesmo por uma vida melhor? O que eu e tantos fazemos essa viagem? O que será que conseguimos realmente? Dinheiro?! Uma casa melhor? Um BMW? E o resto? Que deixamos morrer nos ultimos 15 anos...a herança que nos deixaram....que fizemos dela? Será justo que as novas gerações não tenham direito à magia que nós tivemos? A nossa geração melhorou muitas coisas sem duvida....mas está a deixar morrer outras tantas....
Renovem este dia da semana....tirem-lhe o significado religioso se quiserem...mas não deixem nunca morrer o significado familiar e de comunidade. A vida é um momento bem mais pobre sem essa magia....
Bom Domingo!!!!

sábado, 21 de junho de 2008

Terra-Mãe

Desta vez, o tema é a Terra-Mãe.

Terra-Mãe é um tema tão vasto como o mundo...
Os Russos chamam-lhe Santa Mãe Russa, os americanos "Home-land", etc etc....eu gosto de lhe chamar o "Rectângulo à Beira Mar Plantado"!

O sentimento de Terra-Mãe é provavelmente dos mais complicados de definir. O que me leva a mim ou a qualquer um de voces a sentir-se em casa por exemplo em Ponte de Lima? Não nascemos lá, mas no entanto mal entramos naquela ou noutra vila lusitana o sentimento de pertença invade-nos e toma conta de nós. Misturado com algum orgulho, olhamos para as gentes, tradições, edificações e espirito do local como algo muito nosso.

Alguns dirão (e com certa razão) que nada mais é do que o espirito tribal que ainda habita cada um de nós....dirão mesmo que o patriotismo (não confundir com nacionalismo) representa o atraso de um povo ou de alguem....

Eu digo aqui, que nada mais de errado existe!

O patriotismo que nos enche, no castelo de Guimarães, na Ponta de Sagres, no Centro de Evora, em Marvão e noutras cententas de locais não se explica por sentimentos tribais ou sinais de atraso de um povo...as lagrimas que derramamos ao ouvir A Portuguesa não podem ser explicadas como quadros teoricos de evolução da especie!

É uma questão de identidade. Da mesma forma que identificamos os nossos pais e familia como algo a que pertencemos não por imposição, mas sim por identidade, porque uma parte de nós é a nossa familia; também a nação a que pertencemos faz parte de nós. A nossa personalidade depende tambem desse espirito de nação!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Felicidade


Mas afinal o que é a Felicidade?

Cada pessoa tem a sua propria definição e a sua vivência da mesma, portanto a minha definição diverge provavelmente da tua.

Felicidade segundo o "Daniel": Assumpção de verdade em duas condições:

- Sentimento de preenchimento na área em causa (por ordem de importância: Saude, Suporte Emocional, Cultural, Profissional e Financeiro);

-Ausência de preocupações sobre a área em causa (sendo que as preocupações podem ser infundadas ou não, por exemplo: Saude: todos sabemos o nosso destino, mas é a capacidade de abrastração dessa certeza que nos permite libertar nessa desejada ausência);

Perante esta definição que alguns contestarão (parece que estou a ver o Ricardo Oliveira a remoer-se todo lol), que na minha opinião conseguimos verdadeiramente sentir-nos felizes.
Há quem defenda que falta acrescentar a estas duas condições o desafio, pois como alguem diria: "A felicidade não está no objectivo, mas sim no caminho do mesmo". Não podia discordar mais. O caminho torna-nos felizes pela "euforia" da certeza do sucesso (leia-se felicidade) atinginda no culminar. Ou seja, o caminho é em si mesmo um objectivo e portanto não pode ser considerado um caminho para algo no sentido lato do termo.
Outro aspecto que tenho percebido de conversas entre vós amigos, é que a valorização da felicidade e a sua definição depende muito do grau de vivência da mesma e da experiência de alguém face à felicidade. Uma certeza que me alimenta, advêm da constantação que quanto mais perto da "Felicidade total" alguêm esteve (longe de mim dizer que tal é possivel, mas considero aqui que "Felicidade Total" representa atingir a Felicidade de forma consistente em todos os itens descritos acima), mais complicado é voltar a ser feliz. O efeito "coitados dos ricos, que os pobres contentam-se com pouco" nunca tive uma aplicação mais transversal à sociedade.
A necessidade mais ou menos absoluta de vivência de ritmos de felicidade altos, advêm da vivência no passado desses mesmos níveis. Sendo portanto cada vez mais complicado após uma queda, volta a subir na escada que classifica esse sentimento.
É possivel inverter uma queda descendente?
A questão não é simples. A variação da capacidade de cada ser humano, em cada momento, perante as circunstâncias envolventes faz com que a resposta a esta questão não seja linear. No entanto, o principio que a felicidade atrai felicidade aplica-se e tem constatação real. Logo a receita é simples, um pequeno momento de felicidade (causado por terceiros por exemplo) pode desencadear relações de causa-efeito que invertam essa queda. No entanto um pequeno click é no seu inicio apenas uma chama piloto que terá ser protegida e alimentada se se prentende que venha a dominar o mundo. E é nessa protecção devida, que a dificuldade reside! Condições ambientais capazes e esse piloto poderá ganhar as devidas proporções.
Porque tentar a Felicidade?
Será que a felicidade é um fim em si mesmo? O objectivo supremo do ser humano? Definitivamente não. O ser humano procura através do seu código genetico a continuidade da evolução. A felicidade apenas é um catalisador desse mesmo propósito, na medida em que permite a alguêm tornar essa evolução mais rápida (à semelhança do efeito da "Moral" numa sociedade).
E Deus terá alguma coisa a dizer aqui?
Será que Deus (a existir) nos libertou desse código e nos permitiu atingir outros fins enquanto objectivos em sim mesmo?
Bom tema para uma discução mais alargada ..... mas vai ficar para outro dia!


terça-feira, 17 de junho de 2008

Cidade nº1


Gosto de pensar que a minha personalidade está muito ligada aos locais onde cresci como pessoa.

Um desses locais é a cidade de Aveiro.

Só quem já viveu em Aveiro consegue entender o ritmo, o pulsar, o despertar desta cidade para o século XXI. Da cidade do sal e dos ovos moles ficou apenas a (boa) tradição. Aveiro é hoje em dia um polo tecnológico impressionante. Resultado de décadas de investimento da Universidade e dos CTT (mais tarde Portugal Telecom) fizeram desta cidade um local vivo com muita pujança economica e um verdadeiro cluster de Telecomunicações, "case study" mundial de como uma cidade piscatória evolui sem esquecer o passado.

Se tiverem a pensar sair de casa para ir para a Universidade, esqueçam as grandes universidades de Lisboa, Porto ou Coimbra....so terão mais do mesmo, ritmos anacronicos, professores a ensinar teorias do século passado, horas nos transportes publicos, falta de vivência académica (não confundir com a chamada vida académica) .... Voltem-se para Aveiro (diz quem sabe que a Universidade do Minho é similar), vão viver os 5 anos da vossa vida e aprender a dar cartas nas vossas áreas de especialização!

Fala quem sabe....5 anos em Aveiro....saudades....



Livro nº 1


Para iniciar, nada melhor que uma referência a um livro.

E como estou numa fase de apreciar coisas simples, os pequenos momentos, deixo uma sugestão para um par de horas bem passado.

Este especime em causa, de um autor nos antipodas do meu pensamento politico merece sem dúvida alguma o devido relevo.
De pequenas dimensões (uma tarde é mais que suficiente para o ler) revela na sua simplicidade a capacidade muito pouco comum (e por isso muito importante) de fazer levar os horizontes de um povo para "mares nunca d'antes navegados". Numa época em que a euforia nacional se centra no alpes austro-suiços, importa relevar tambem aqueles que lutam no dia a dia para que este rectângulo junto ao atlântico seja um local um melhor e que a consciencia nacional seja elevada.
Uma recomendação: passem por uma livraria, comprem o livro, vão até uma esplanda algures (de preferência na praia!) e passem uma tarde com o Manel.
Ah já agora, aqui fica o livro:



Day One


Bom dia Mundo dos Blogs!!!

Finalmente tomei uma decisão e criei o meu próprio blog!

Depois de muito pensar sobre isso, se seria uma mais valia para alguem ou não, escolhi esse caminho! Pelo menos para mim será importante!

Não tentarei fazer este blog sobre um assunto especifico, mas antes sobre todos os assuntos que gravitam de alguma forma à volta da minha vida e aos quais atribuo importância. Falarei de Telecomunicações (defeito profissional:P), História, Politica, Religião, Livros, Viagens, Amigos, Familia, Momentos Bem Passados, em resumo tudo o que dá sal a minha vida e a torna tão especial para mim!