quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

É Natal...

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É Natal, sinto-me nostalgico de outros tempos e de outra paz interior...

Votos de Feliz Natal

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Caros amigos,
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Queria desejar a todos um Feliz Natal que a luz de Deus ilumine a vossa familia nesta época especial! Que tudo aquilo que sonharam o ano inteiro seja realidade nesta noite em que a tradição de séculos transformou na Verdadeira Noite!
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Logo mais, quando as crianças tiverem ido deitar, quando apenas o som da lareira a crepitar se faça ouvir pela casa...que esses momentos tão mágicos e ao mesmo tempo tão nostalgicos sirvam para aquela reflexão interior tão desejada. E que essa reflexão produzar frutos todo o ano de 2009!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Postais de Natal

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Estava eu num Centro Comercial e decidi entrar numa loja que tinha postais de Natal. Estava preste a comprar quando pensei...."porque não comprar da Unicef ou de alguma ONG em vez destes tão comerciais?".
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Decisão tomada, esperei pela oportunidade que surgisse. Não foi preciso esperar muito para um e-mail surgir de uma colega da PT que pertence a uma ONG. A causa é uma escola em Moçambique, tão boa causa como tantas outras que surgem por todo o mundo. Decidi comprar os postais à tal ONG (chama-se Sol sem Fronteiras).
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Se estiverem na mesma situação que eu estava, falem comigo que ponho-vos em contacto. Uns postais mais simples mas com um significado muito maior!:)
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Se infelizmente pouco a pouco, Portugal deixa cair o significado espiritual do Natal, que a união das familias e o pretexto para ajudar o proximo se mantenham vivos!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

D.António I, Rei de Portugal

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Guardei para hoje uma homenagem.
Todos os anos se comemora a vitoria os Portugueses que em 1640 tomaram como sua, a tarefa de uma Nação. Mas poucas vezes são lembrados aqueles que durante 60 anos dedicaram a sua vida (e em muitos casos a sacrificaram) para que a chama da Nação fosse mantida acessa.
Na impossibilidade histórica de todos esses Portugueses serem relembrados, fica na pessoa de D. António I (Pela Graça de Deus, 18º Rei de Portugal) a homenagem a todos aqueles que em diversos campos de batalha pelo País e pelo Mundo deram a vida em nome de Portugal.
Relembro aqui especialmente, a batalha de Alcantara onde foi paga cara pelos castelhanos a sua vitória...que adiaria 60 anos o sonho de uma Nação.

domingo, 30 de novembro de 2008

Faz amanhã 368 anos!

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Faz amanhã, 368 anos desse dia de boa memória: 1 de Dezembro de 1640. Quarenta nobres portugueses dirigem-se ao Paço de Lisboa. Prendem a Duquesa de Mântua (Vice-Rainha de Portugal) e atiram o traidor Miguel de Vasconselos da janela para ser morto pela populaça. D. João IV é aclamado Rei de Portugal!
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O momento não podia ser melhor. A toda poderosa Espanha que tinha dominado a europa e o mundo durante cerca de um século estava debilitata. A guerra dos 30 Anos grassava, a França e a Inglaterra demonstravam estar a altura do autêntico continente governado pela Espanha (que incluia parte dos Paises Baixos, possessões em Italia e o todo poderoso Sacro-Império Romano-Germanico. A revolta da Catalunha pela sua própria independencia ajudava a dispersão das tropas de Filipe IV de Espanha (quem sabe se a revolta tivesse sido primeiro em Portugal, não seria agora a Catalhunha independente e nos colonizados?)
Portugal começa as preparações, éditos reais convocam e reorganizam o país para lutar pela sua independência! Diplomatas seguem para Roma, Inglaterra, Suécia, etc. procurando o reconhecimento e apoio internacional! No entanto esse apoio foi muitas vezes apenas nominal...com a guerra a estender-se ao que restava das nossas colónias..que se encontrava a saque por Franceses e Holandeses a quase 60 anos...
Mas Portugal teve de valer-se por ele próprio! 28 anos de guerra e de vitórias portuguesas levariam a Espanha a reconhecer o nosso direito a Independência!
Batalhas como Montes Claros ou Linhas de Elvas (onde o grande D. António Luis de Meneses se distingiu como brilhante General) ficaram para sempre no imaginário dos portugueses!
A geração de D.João IV foi para mim a ultima grande geração da Nobreza e Povo português.. a geração que haveria de criar as bases para que D. António Luis de Sousa, Marques de Minas entrasse no dia 28 de Junho de 1706 na cidade de Madrid, mostrando ao mundo a capacidade que ainda existia no Portugal de D. Afonso Henriques, Nuno Alvares Pereira e Infante D. Henrique!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Remember those who gave their lifes....


"But gen Lee, sir' I have No division."

General George Pickett - 3 July, 1863

domingo, 16 de novembro de 2008

Look there! The Future is arriving!


"Things that are done, it is needless to speak about...things that are past, it is needless to blame."

Confucius

sábado, 15 de novembro de 2008

Poema nº1

Não sou grande especialista em Poesia, mas existem poemas que tocam a alma!

Aqui fica um desses eleitos:


"Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!"


Florbela Espanca

Cidade nº3


Volto hoje às cidades da minha vida!

Saindo de Lisboa cruzando a ponte Vasco da Gama, segue-se para o interior, ultrapassa-se Coruche, a seguir Mora e avistamos Ponte de Sôr! Entre a leziria ribatejana e a planicie do baixo alentejo existe uma outra "planicie"..

Com metade da familia "deste alentejo", desde muito novo que tenho ligação a esta zona!

Muitas vezes referida como detendo a melhor cortiça de Portugal (que é o país da melhor cortiça no mundo), terra de Sobreiros e de agricultura, Ponte de Sôr soube torna-se um dos centros da industria corticeira nacional (o grupo Amorim tem uma unidade em Ponte de Sôr).

Mas Ponte de Sôr é muito mais do que isso, é a prova viva de como um pequeno entreposto (a ponte sob o rio Sôr) consegui tornar-se uma das mais pujantes e desenvolvidas cidades do Alentejo...contando hoje em dia com 11 mil habitantes!!!

Sem grande história para contar, prova do seu desenvolvimento recente, é no entanto um local com uma gastronomia muito boa (recomendo o Restaurante Olivença), uma população jovem e dinâmica!

Primeira noite de Inverno!


Hoje é a minha primeira noite de inverno....junto à lareira:)

Não podia deixar de assinalar este momento. Alias estou a escrever este post no meu local reservado junto à lareira.

Logo haverá torradinha e castanhas assadas na lareira...como nos velhos tempos!

Bom inverno para todos voces!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Dia-a-dia!


Hoje o tema é completamente diferente. Muitos de voces sabem que trabalho na PT, mas afinal o que é mesmo o me trabalho? Como ocupo o dia a dia na PT? Como vim cá parar?

Um dia há quase 3 anos estava eu na universidade quando alguem me disse que a PT vinha apresentar um tal de "Programa Trainees" na reitoria...e eu lá fui...

Nesse dia tomei uma decisão, farto de desenvolvimento, farto de investigação....iria conhecer o outro lado, o lado de quem utiliza todo esse desenvolvimento e investigação: um operador de telecomunicações.

Após passar todas as etapas de selecção, um dia no mês de Julho de 2006 recebo uma chamada a convidarem-me para a PT e a acenar-me com um lugar num tal de Departamento de Estratégia de Rede, qualquer coisa relacionado com FTTH...para ser sincero, tive que ir ao google para saber o que era o FTTH lol....mal eu sabia o que iria mudar a minha vida! De qualquer forma aceitei de imediato, afinal era o convite que tanto esperava!

Lá vim eu para Lisboa!

Mas afinal o que faz um puto num Departamento de Estratégia de um Operador de Telecomunicações?!

Deixo-vos o meu dia normal:

-9:30: Entrada em Picoas rumo ao 8º piso!

- 9:45: Ver e-mail, preparar algum detalhe final para alguma reunião que se inicia as 10h.

- 10:00: Reunião: Fornecedores, interno à PT devido a algum projecto em curso, ponto de situação de algum projecto macro, etc.; Em alternativa, pontualmente saio para o terreno, acompanhar e coordenar instalações, ver no local os problemas, julgo que é fundamental, tento pelo menos uma vez por mês ir com técnicos para o terreno...uma fonte de aprendizagem enorme...que nos serve pintar lindas estratégias se não têm aplicação no terreno? de que serve optmizações se não levam em linha de conta os problemas que no terreno são sentidos?

- 12:00: Voltar ao local de trabalho, existem analises por fazer (tipicamente excel), mails para enviar e responder, apresentações que têm de ser feitas (uma pessoa perde metade do tempo a fazer powerpoints) e acima de tudo pensar...afinal é para pensar na rede que nos pagam!

- 12:30: Almoço - com colegas de departamento ou em alternativa colegas trainees...trainee uma vez, trainee sempre:P

- 13:30: De volta ao trabalho, mais análises, o telefone toca, a seguir o telemovel...conversa com colegas de departamento sobre situações que é necessário analisar, qual o melhor caminho, como podemos optimizar, como podemos gerir o processo e garantir que as ideias vão a bom porto...

-17:00: Gosto sempre de a meio da tarde parar para lanchar. Tem duas vantagens: poder fazer uma pausa e alimentar-me, mas acima de tudo permite o contacto humano, tento sempre convidar alguem para lanchar, porque é muito importante que as divergências profissionais fiquem nesse campo, e ao nivel pessoal a convergência seja total - para o bem de todos e da empresa!

17:30: Voltar ao trabalho, aos powerpoints, as reuniões, às análises!

19:30/20:30: Por volta desta hora saio, apanhar o metro e ir para casa jantar sozinho ou com amigos! Amanhã é outro dia!

P.S.: para evitarem ir ao Google: FTTH: Fiber to the Home - fazer chegar a fibra óptica a casa de cada um de nós:P

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

60 years later!


"If a man does his best, what else is there?"

General George Patton Jr

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Espirito do Novo Mundo..


"..ask not what your country can do for you; ask what you can do for your country!"

John Kennedy

terça-feira, 21 de outubro de 2008

É bom relembrar...

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"Deus quer, o homem sonha....a obra nasce!"

Fernando Pessoa

Mais de 60 anos....mas actual...

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"...we shall fight on the beaches, we shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the streets, we shall fight in the hills; we shall never surrender..."

Wiston Churchill

domingo, 19 de outubro de 2008

Cidade nº2



O tema de hoje é a cidade de Castelo Branco!
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Existem locais que fazem parte do nosso imaginário infantil...locais onde crescemos e aprendemos o que é a vida e a vive-la!
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Vivendo a 11 km de Castelo Branco, a minha vida rodava a volta desta cidade, a partir dos 10 anos de idade todos os dias me encaminhava para Albi-Castro. Foi aqui que aprendi durante 8 anos o que era a vida, que frequentei o liceu, que tive as minhas alegrias e desilusões, foi aqui que decidi ser um dia engenheiro!

Caminhei por estas ruas vezes sem conta a procura de pequenos recantos, de pequenas lojas, de pequenos momentos...fica-me na memória para sempre aqueles passeios sem destino que tanto contribuiram para a minha personalidade...


Mas estes momentos e muitos outros ficam guardados cá dentro. Castelo Branco é muito mais do que a experiência que eu tive, é a cidade do Paço Episcopal, da sua Sé Catedral (antiga sede de diocese), da sua praça do municipio....mas é também uma cidade pujante industrial, em que os novos bairros se mutiplicam!
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Uma cidade dividida entre o passado e o futuro!

sábado, 18 de outubro de 2008

Três frases para inspirar!

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"Fidelity to roots does not mean a mechanical copying of the patterns of the past. Fidelity to roots is always creative, ready to descend into the depths, open to new challenge"
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João Paulo II
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"For myself, I am an optimist — it does not seem to be much use being anything else."
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Winston Churchill
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"Veni, Vidi, Vici."
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Julio César

Avaliação dos Professores...

Hoje, mais uma vez este tema atravessou-se na minha vida.
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Depois de manifestações, protestos, negociações, sindicatos sem se entenderem parece finalmente que uma avaliação está em curso (ou a tentar estar em curso!).
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Sendo filho de pais professores, sempre tentei entender como seria a avaliação, sobre que aspectos iria incidir, quem seria os avaliadores, etc.
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Este fim de semana, recebi o pedido de ajuda da minha mãe para preencher "uns campos" na proposta de avaliação dela, foi quando me apercebi da verdadeira dimensão do desastre do ensino em Portugal.
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Ouve-se muitas bocas sobre o facilitismo, o bonito das estatisticas, etc.
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Aqui fica a minha análise depois de ter estudado toda a questão. Perdoem me qualquer erro ou má interpretação...sou engenheiro não professor!
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Então o sistema é o seguinte:
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Avaliação dos professores: é indispensavel! Existe bons e maus professores como em qualquer outra profissão. A avaliação dos professores baseia-se numa série de elementos determinados pela escola (agora diz-se agrupamento, modernisses..) sob orientação de linhas mestres do ministério da educação. Em seguida o professor acorda com o avaliador quais serão os objectivos a alcançar.
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Conclusão:
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Uma avaliação só é efectiva e capaz de puxar os melhores para cima para cargos ou posições que necessitem das pessoas mais capazes e empenhadas se for objectiva e efectuada por uma entidade independente. Dou um exemplo: num exame escrito que quem corrige não conhece o aluno, nada mais de imparcial pode existir enquanto avaliação (não é perfeito mas garante igualdade de circunstâncias para todos e independecia e objectividade na análise, conhecem algo melhor?). O caso dos professores está o mais longe possivel disto: utiliza-se por um lado a avaliação que os professores fazem dos alunos para avaliar os proprios professores a que se soma uma série de parametros algo nublosos que no final do ano estou para ver como os vão classificars.
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Resultado 1:
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O ministério tenta diferenciar os professores (não o consegue fazer por incompetência e falta de liderança), e os professores erram pelo seu lado pois tinham a oportunidade de mostrar ao país a sua verdadeira capacidade ao não montarem em cada escola uma avaliação realmente objectiva, sei que não era a sua função e era complicado, mas teria sido uma lição se tivesse sido alcançado!
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Resultado 2:
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O ministério na sua ansia de bons resultados, ao colocar os professores sob avaliação dependendo das notas e da % de "retenções" (belo nome para chumbo não acham?) consegue com a avaliação dos professor colocar-nos em pautas ao nivel de uma Islandia ou Finlandia! A diferença reside que aqui toda a gente "transita" (belo nome para passar de ano!) sem saber literalmente ler nem escrever....já vi casos de alunos do 4º ano (sim porque quarta classe era no nosso tempo e agora já não é fashion!) que ainda estão a aprender as vogais (leram bem as vogais!!!).
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Comentário Final:
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Este sistema vai permitir que se safe:
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- Os filhos da Elite que podem colocar os seus em certos colégios que olham para a avaliação de forma séria;
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- Filhos de pais preocupados que dão o empowerment aos professores que o ministério não dá;
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Quem se lixa:
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- Os desprotegidos filhos de pais que não se preocupam...ou nem sequer sabem o que é preocupar e acompanhar. Basicamente para os quais os ministério deveria prioritáriamente implementar os seus modelos de educação...

domingo, 5 de outubro de 2008

Livro nº 5

Sou e serei sempre Beirão de gema...da minha pequena aldeia algures na provincia da Beira Baixa.
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No entanto, durante 5 anos viajei rumo a Aveiro todos os Domingos...agora rumo a Lisboa, capital do "Império".
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Perante isto, tornava-se muito importante aprofundar um pouco o meu conhecimento sobre a Cidade, a origem da sua disposição, a historia dos seus edificios....numa frase: as histórias das estórias!
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Estava de passagem na livraria do Saldanha Residence numa pausa para almoço na PT quando reparei no seguinte livro: História de Lisboa de Dejanirah Couto.
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Recomendo o livro: cobre toda a história desde os primórdios dos Fenincios até ao "dia de ontem" de uma forma descontraida...contanto as estorias no meio das histórias!
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Tendo de deixar no entanto uma ressalva: quando a história se aproxima do século XX, o autor deixa evidenciar a sua tendência politica...o que independente da sua polarização politica não abona em favor do livro.
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Aqui fica a capa do livro, caso o procurem numa livraria:
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sábado, 27 de setembro de 2008

Gosto de...


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De passear na praia ao fim do dia...
Do vento frio na cara junto a uma praia num dia de inverno...
De passear no campo num dia de primavera...
De estar com muita gente...
De passear um cão...
De jantar fora após um dia de muito trabalho...
De pressão no trabalho...
Do meu trabalho ter significado....
De me sentir especial...
De confiar...
De terem confiança em mim....
De lealdade na amizade...
De me entregar de corpo e alma...
De sorrir...
De ter ideias e implementa-las...
De ter iniciativa...
De organizar encontros de amigos...
De ver pessoas à minha volta felizes...
De fazer as pessoas sorrir...
De desarmar alguem mal disposto com um "Bom dia"...
De fazerem algo por mim sem eu pedir...
De conhecer o meu país...
De conhecer o mundo....e voltar ao meu país...
De pessoas simples e boas por natureza...
Do cabelo comprido de uma mulher..
De um perfume doce numa mulher...
De uma mulher em especial...
De sentir que todos somos iguais....
De entrar numa Igreja antiga...
De Santuários e Igrejas vazias...
De romarias...
De história militar...
De ler....muito!
De ler na cama, nem que seja 5 minutos antes de adormecer...
De romances históricos...
De livros de história...
De livros históricos...
De ir ao mesmo restaurante...ao mesmo bar...
De conhecer o dono do restaurante...
De entrar num café e já saberem o que quero...
De conhecer novos restaurantes...
De jogar Xadrez...
De um vinho licoroso numa tarde de inverno...
De tarde de maçã...
De comida portuguesa...
De caça...
De juntar à mesa as pessoas que me são importantes....
De telecomunicações...
Da minha profissão...
De ver ondular a bandeira portuguesa...
De cantar o Hino...
De sentir que faço parte de um povo...
De sentir que todos somos iguais aos olhos de Deus...
Que acreditem em mim...
De bolos tipicos do nosso país...
Dos meus pais da minha familia e dos meus amigos...
De uma casa antiga em pedra...
De vestir uma camisa lavada...
De camisas azuis...
De dormir com uma colcha de linho antiga...
De uma cama grande...da minha cama...
De bolachas de chocolate...
De crepes...
De jogos de estratégia...
De acreditar no futuro...
De sonhar...
De planear...
De concretizar planos e sonhos ainda hoje...
Da tradição...
De acreditar em mim próprio...
De me sentar numa esplanada numa praça central de qualquer cidade...
De acordar cedo...
De sentir energia de manha...
De sair à noite...
De não me deitar muito tarde....
De musica simples e ritmada...
De um poema numa música...
De musica com significado...
De música ao vivo..
De ir ao estádio..
De conduzir...
De carros descapotáveis...quando será que tenho um?
De carteiras pequenas...
Da noite de Natal...
De oferecer prendas...
De fazer as outras pessoas sentirem-se especiais...
De oferecer uma flor..
De fazer uma criança sorrir...
De acreditar na humanidade...
De um western...
De ir ao cinema...
De passear numa cidade...
De bom ambiente no trabalho...
De acreditar em Deus...
Dos meus soldadinhos de chumbo...
De livros antigos...
De sentir que algo não começa ou termina em mim...sou apenas mais uma geração...
De ar condicionado...
De conduzir com o vidro aberto...
De ler um bom livro junto a uma lareia nas noites de inverno..
De Sprite...com gelo...:)
De sumo de laranja com espuma e gelo....:)
De ananas...
Do som do adufe..numa noite de primavera...
Da luz de uma vela..
De momentos especiais...e partilha-los...
De enviar um mms com significado...
Que me me enviem mms com significado...
Que me façam chorar de alegria...porque um homem tambem chora...
De sentir que dava à minha vida por uma causa maior..
De contribuir em campanhas com fim sérios...
De segurança...
De edificios antigos iluminados...
De conduzir em estradas nacionais...
De ouvir música enquanto conduzo...
De ser útil a alguém..
De pessoas que se esforçam...
De me esforçar....
De partilhar...
De ler um jornal...pela manhã...
De estar à altura dos acontecimentos....
De relógios...
De lenços de tecido...
De ter o cabelo curto...
De hamburgueres...
De torradas....
Da comida da minha mãe...
Da minha terra...
Das minhas origens...
Do Bolivar...o meu cão:)
De um gato..que aprendi a gostar!
De discutir politica e religião...
De separar divergências profissionais, politicas ou religiosas de relações pessoais...
De ser elogiado...e sentir que é verdadeiro..
De telheiros em madeira...
De tomar café com amigos...mesmo não tomando café...
De comer um gelado numa praça italiana...que saudades...
De uma refeição mediterrania..com azeite...
De bacalhau alto...

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Não gosto...
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Da solidão...
Da mentira...
Que me escondam a realidade...
De ter que pedir algo...
De arrogância....
De igrejas novas...
De alguem se sentir superior...
Que à ultima hora digam que não podem..
Que me deixem à espera...
De concertos de multidões...
De música pimba...
De carros tunados...
De hypies...
De rastas....
De pessoas que não pensam no futuro...
De tabaco...
De droga...
De cerveja...
De festivais de verão...
De Coca-Cola....
De conduzir em auto-estrada...
De estar desocupado...
De injustiças...
De egoismo...
De inveja...
De jornais pasquins..
De salada...
De me esquecer do relógio ou do lenço em casa...
De lenços de papel...
De McDonalds...
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Afinal existem muito mais coisas positivas que negativas:)

sábado, 13 de setembro de 2008

Doce Regional nº4 Um outro Alentejo

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Alentejo é para muitos portugueses sinónimo de planicie...
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Mas existe um outro Alentejo.... onde a planicie termina e a serra começa ergue-se a cidade de Portalegre!
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Terra de tradições, sede "vere" da diocese de Portalegre-Castelo Branco, e ainda hoje um local tradicional...uma capital de distrito com pouco mais de 15 mil almas!
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Conheci este doce regional à dois ou três anos numa pequana loja em Ponte de Sôr intitulada "Alentejanisses". Este pequeno altar às pequenas coisas que diferenciam o Norte do Alentejo é sem dúvida um local de eleição e paragem obrigatória a quem passe em Ponte de Sôr..basta perguntar onde é e qualquer pessoa indicará..
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Mas voltando ao doce propriamente dito, trata-se de um rebuçado bastante doce, mas ideal para um pós-refeição. De sabor muito forte, o sabor a ovos moles vem de alguma forma ao de cima com naturalidade.
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Não é barato, um rebuçado custa mais de um euro. Mas um rebuçado satisfaz o feliz contemplado! E felizmente pode-se encontrar em qualquer loja Gourmet de Lisboa!
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A única produtora que conheço é a "Fabrica dos Rebuçados de Portalegre", espero que não venha a ser fechada por nenhuma ASAE num zelo absurdo..
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Como sempre, deixo a receita para os mais aventureiros:)
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Receita:
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Primeiro juntam-se as gemas de ovo e o açúcar. Com a mistura fazem-se pequenas bolas que se envolvem em açúcar em pó. Prepara-se uma calda de açúcar até atingir o ponto de rebuçado e mergulham-se nela as bolas, até que o preparado arrefeça. Depois embrulham-se em papel de seda.

domingo, 7 de setembro de 2008

Doce Regional nº 2 e 3 - Por Terras do Mondego...

Considero-me uma pessoa de sorte.
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Toda a vida tive algo que me protegeu e me levou a locais misticos do nosso país, fazendo-me sentir algo cá dentro que me transcende!
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Durante a minha infância, muitos momentos ficaram marcados como pura felicidade. Alguns deles foram em Coimbra...
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Coimbra para a maior parte dos Portugueses é sinónimo de Estudantes e Universidade, não o é para mim. De Coimbra na minha alma fica a cidade antiga, a cidade do Rio, a cidade que chegou a ser "capital" dos primórdios do Reino de Portugal. Fica-me a imagem da Sé Velha, das ruas da Baixa, dos vendedores de castanhas...e dos pasteis de Tentugal.
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Quantas vezes de passagem ou apenas a acompanhar os meus pais que se deslocavam à universidade percorri aquelas ruas pequenas à procura de uma pastelaria que me revelasse as maravilhas desta região.
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Nessas deambulações ficam-me na memória as duas caixas que sempre comprava numa qualquer das muito míticas pastelarias de Coimbra: Pasteis de Tentugal e Pasteis de Santa Clara!
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Ah que saudades (que sentimento tão Português...) de me sentar na baixa de Coimbra e que mais pedir? Se não um pastel de Tentugal ou Santa Clara?
Mais uma recomendação: Peguem num livro, sentem-se na baixa de Coimbra, um pastel de Tentugal à vossa frente..e a tarde está feita :)
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A todos os que estuda(m/ram) em Coimbra, sei que para voces Coimbra é muito mais (como Aveiro o é para mim), mas Coimbra é tambem isto, a cidade que existiu e existi sem Universidade!
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Um abraço a todos!

domingo, 31 de agosto de 2008

Doce Regional nº 1 - Por terras do Ribatejo

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A origem deste post prende-se com o compromisso familiar que ontem me tomou todo o dia de ontem.
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Desloquei-me eu até terra de Abrantes para assistir a um baptizado, daqueles do estilo corta-fitas que infelizmente vão proliferando por ai...o Padre de ocasião (das paroquias de S.Vicente e S.Paulo em Abrantes) bem tentou incutir alguma razão na mente dos pais e padrinhos...mas entrou a 100 e saiu a 200 km/h como mais tarde em conversa me apercebi..., bem resumindo: tive que ir para manter as boas relações familiares apenas...
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Mas voltemos ao cerne da questão, fui até Abrantes para assistir ao oficio religioso...em seguida deslocamo-nos até ao Sardoal para o comes e bebes (sim Sardoal, ainda estou para saber o porque do Sardoal, aquele fim de mundo (ainda consegue ser mais pequeno que Vila de Rei!!). Ora depois de um almoço fraquinho para tal ocasião, tive aquele tempo entre o almoço e o copo de água onde nada acontece...que ideia surgiu na minha mente? Fazer os 15 km até Abrantes à procura de melhores sabores!
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Cheguei ao centro de Abrantes, comprei o Jornal do dia e dirigi-me em marcha de urgência até à pastelaria mais perto acompanhado pelo meu Pai. Ao sentar o meu pai, na sua tipica constatação que adquiriu depois de palmilhar muitas gelatarias e pastelarias comigo apenas me disse: "para mim é o que tiver bom para ti". Ora que mais pedir naquelas circunstâncias (onde a fome não era intensa, pois nesse caso a tigelada de Abrantes teria sido uma opção), pedi a dupla maravilha: Um sumo de laranja natural com gelo e uma PALHA DE ABRANTES!!
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La veio o repasto: se é verdade que o sumo não tinha a necessária espuma, a palha estava ligeiramente torrada como mandam as regras deste doce próprio para Deuses.
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A origem da Palha de Abrantes, tanto quanto sei vem de um dos Conventos do século XV em Abrantes (e ainda me vêm dizer que as ordens religiosas são a causa do atraso peninsular...eu admira-me profundamente!) Este doce nesta cidade, prova bem a importância da mesma, a sua história e o seu papel durante inúmeros séculos no Ribatejo. São cidades como Abrantes, Covilhã, Chaves, Elvas, etc, que podem e devem potênciar o desenvolvimento do interior...cada vez mais centrado apenas nas capitais de distrito...que os nosso governantes olhem para elas....
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Deixo a receita:
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Com 250 gr. de açúcar e 6 gemas prepare os fios de ovos, deixe ferver a calda que ficou dos fios de ovos até fazer ponto de cabelo, deixe arrefecer um pouco. Junte 6 gemas e 2 claras previamente misturadas. Leve o preparado ao lume para cozer até fazer estrada, adicione uma colher de sopa de canela. Coloque o doce em coroa num prato de vidro redondo, por cima disponha os fios de ovos que deverão ficar soltos e fofos como palha.
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Embora sendo muito saboroso em qualquer ponto do país, tal como outros doces, recomendo que seja consumido no centro de Abrantes, onde a misticismo acentua o seu agradavel paladar!

domingo, 24 de agosto de 2008

Livros nº 3 & 4

Volto hoje aos livros, um sempre muito bom tema!

Nesta época em que o Verão começa a dar sinais de si, os dias se encurtam...enquanto caminhamos para essa época mágica que o Õutono representa...deixo aqui duas sugestões de leituras leves...um fim de semana para cada livro...e estaremos em Setembro e o verão será praticamente uma memória....

O autor tem por vezes demonstrado algumas posições publicas pouco ortodoxas e a meu ver (note-se, minha opinião) um pouco retrogadas (e sou eu um conservador lol)...mas depois de ler estas duas obras, rendo-me a capacidade de escrita simples e envolvente! Deve ter algo genético na familia do autor!

Aqui ficam as duas sugestões:

Um inicio arrebatador caminha para um fim mais histórico factual do que de um romance histórico, no entando cada página faz o leitor procurar ávidamente a seguinte! A história da uma familia latinfundiária alentejana no ínicio do século XX...uma lição de valores, sonhos, projectos e principios da terra pela terra.





Numa tónica completamente diferente, com mais romance e menos história do que o Rio das Flores, o Equador apresenta a história de um jovem "burgues" monárquico liberal no inicio do século XX em vésperas da implantação da Républica, a tentar mudar o mundo à sua volta ou a tentar apenas mudar-se a si próprio....







Restaurante nº 1

Em tempos alguém me disse o seguinte: "As grandes decisões neste país tomam-se à mesa"
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Neste rectângulo à beira mar plantado, onde a gastronomia é um ex-libris que apresentamos aos milhões de estrangeiros que todos os anos nos visitam; onde se duas povoações estiverem separadas por mais de 20 km, então é praticamente certo que detêm pratos diferentes na confecção & ingredientes e iguais na qualidade e na capacidade de agradar ao paladar...
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Acerca da importância que uma boa refeição tem para todo os verdadeiros portugueses e em que a instituição refeição, pela sua relevância serve para demonstrar todo o tipo de sentimentos e estados de espirito....deixo-vos um dos momentos mais cómicos da politica portuguesa:
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-Em tempos um porta-voz do Partido Socialista disse a propósito de uma declaração do Presidente do Governo Regional da Madeira (sim, o mítico Alberto João, ao que consta um verdadeiro portugues no que toca a comida...e ainda ele fala em independencia lol):
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"Essas declarações foram efectuadas depois de almoço, e portanto a sua importância é relativa"... :)
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Bem mas vamos ao que interessa:
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Conheci este restaurante em Vale de Urso, perto de Proença-a-Nova. Chamava-se então Famado, e conheci um dos seus donos, o Sr. Jorge. Fiquei adepto do restaurante desde a primeira dia....
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Agora mudaram-se para Abrantes e são ponto de paragem obrigatória nesta cidade ribatejana, mudaram o nome para Sabores do Pinhal...mas a qualidade a todos os níveis mantem-se similar: no expoente máximo.
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Deixo aqui uma recomendação: comecem pela Sopa de Peixe (um verdadeiro ex-libris), sigam por um prato regional, na época certa a carta conta com um Achingã grelhado com molho verde...., ou então para os apreciadores os Maranhos que são sempre uma opção importante!
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E depois as sobremesas, existe uma varidade de sobremesas locais (o leite creme queimado na hora, a Tigelada, etc.)...mas se forem como eu que depois de um repasto com direito a tudo (até um sumo de laranja com espuma:) e precisam de algo para terminar em beleza, mas uma sobremesa tradicional vos parece um desafio a que um estomago reconfortado já não possui a audácia necessária, então peçam uma Palha de Abrantes para terminar no espirito da cidade que acolhe este restaurante...
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Serviço 5 estrelas, igual ou superior aos melhores restaurantes de Lisboa, uma sala agradável com o requinte necessário e um preço surpreendente...15 a 20€ pessoa apenas - o melhor restaurante da relação qualidade/preço em que já tive o prazer de tomar uma refeição.
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Morada :Edifício S. DomingosFracção R, Rua S. Domingos2200 – 397 Abrantes
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Telefone: 241364453 (recomendo marcação)
Encerra: Quarta Feira.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Jogos Olimpicos: entre o sonho e a vergonha....


Fiz questão de esperar por uma medalha de ouro para abordar este tema aqui no blog.

Entre o sonho....

Depois da "miuda" ter corrido, nadado, pedalado rumo a uma muito orgulhosa e merecida PRATA, eis se não quando o Luso-Cabo Verdiano salta e resalta para o OURO Olimpico! Amanhã as quinas subirão ao mais alto dos lugares e "A Portuguesa" será entoada! Milhões de portugueses espalhados pelos 5 continentes sentirão um orgulho apenas repetido em apenas mais 3 situações (Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro).

E a vergonha...

E depois que é feito das dezenas de outros atletas portugueses que estão ou estiveram em Pequim? A excepção de uma meia duzia (como Gustavo Lima na vela que chegou perto perto...) somos todos os dias bombardeados com frases como: "de manhã so estou bem é na caminha..." mas está tudo parvo?! vão 78 almas para correr,marchar, cavalgar, velejar, nadar, saltar, pedalar, lançar, esgrimir, lutar e o que conseguimos? Pérolas e mais pérolas que deixam o Gabriel Alves parecer um menino do coro! Que vai fazer uma alma a Pequim cujo record pessoal não chegará nunca para passar a primeira eliminatória?! Alguem que me explique....passar férias?

Mas a culpa não é apenas dessas dezenas de lusitanos (nem todos são bem lusitanos mas isso fica para outras conversas)... somos um país que olha para as restantes modalidades de 4 em 4 anos quando existem jogos olimpicos....depois mergulhamos (e mergulho eu também...faço mea culpa) numa histeria por Futebol (que internacionalmente muitos bons resultados ultimamente tem dado, verdade seja dita) que nos impede de ver ao lado...findados os 4 anos queremos medalhas...lão vão as almas para o outro lado do mundo...e que mais do que desilusões este sistema pode ter?

Entre o sonho....

Estes jogos serviram pelo menos para que a China fosse obrigada a abrir-se um pouco mais ao resto do mundo, a poluição em Pequim foi reduzida....pode ser apenas uma pequena pedra num lago enorme, mas já é alguma coisa!!!!

E a vergonha....

Gostava de saber quem foram as almas responsaveis pela escolha de Pequim?

Um pais que ocupa o Tibete (ainda esta Segunda-Feira, segundo o Dalai Lama, foram mortos 140 (~) tibetanos em confrontos..., um país em que existe um unico partido que foi responsavel pela criminosa Revolução Cultural...em que não existe sequer acesso livre à Internet quanto mais o significado de Democracia...um país em que o respeito pela condição humana é perto de zero... o que faz a comunidade internacional? Dá-lhes a organizar os Jogos Olimpicos, o Barão Coubertin deve está a dar voltas na campa....

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Cronologia de um Chinfrim!

  • Sexta Feira, dia 1 de Agosto 8:30 - Lisboa
-Ao ler o Diário de Noticias em casa antes de um dia de trabalho deparo-me com uma noticia sobre o inicio de uma temporada de Jazz na Gulbenkien. Enquanto apreciador não educado deste tipo de musica, decidi averiguar. Recomendavam vivamente o seguinte espectaculo como sendo uma oportunidade unica:
E pensei porque não? 20€ o bilhete, é tempo de fazer alguma coisa mais cultural e aprender! Iniciei os contactos para convidar uns amigos e namorada!
  • Sexta Feira, dia 1 de Agosto 13:30 - Lisboa

Ao chegar a hora de almoço, resolvi comprar os bilhetes, coloquei-me on-line e aqui está o codigo para levantar na Gulbenkian.

  • Sabado, dia 2 de Agosto 23:00 - Castelo Branco

Ao ver a RTP2. No Cartaz das Artes referiam-se ao espectáculo como sendo uma oportunidade imperdivel! Fiquei muito animado e entusiasmado, ia assistir a um concerto por dois mestres do Jazz.

  • Domingo, dia 3 de Agosto 21:00 - Lisboa

Chego ao Gulbenkian. Está uma fila enorme para entrar, chego à bilheteira e está tudo esgotado. Pessoas tentam em vão ainda arranjar bilhete. Espero um pouco, levanto os bilhetes e entro.

O concerto é ao ar livre num auditório rodeado de arvores, uma noite de verão 5 estrelas. Estava tudo montado para ser uma bela experiência musical. A minha espectativa era enorme!!!

Entretanto passa a minha frente, primeiro um tipo de turbante, mas um tipo ocidental...comecei a recear o que daqui vinha....um tipo de turbante? Circo aqui? Em seguida um tipo com umas calças de circo tambem se atravessa...ai comecei a ficar preocupado....pensei que a Gulbenkian era uma coisa séria....mas pensei a cultura é para todos!

  • Domingo, dia 3 de Agosto 21:30 - Lisboa

Sobem ao palco dois marmejos. Um deles o "saxofonista" (sim entre aspas), vem preparado para a eventualidade de se iniciar ali uma guerra no meio de uma zona nevada (gosto especialmente desta moda das calças camufladas para a neve, nunca se sabe quando vai nevar em Agosto em Lisboa ao mesmo tempo que se inicia uma guerra, logo devemos andar preparados...). Já desconfiando resolvi pensar que os artistas tem que se sentir à vontade e portanto se o homem gostava desde que tocasse bem com o ambiente ao ar livre tudo se desculpava!

Eis que começam a tocar, peço desculpa, a fazer uma chinfrideira monumental...mas uma coisa...bem não existem palavras para descrever a valente treta que ali ia. Estou a falar de ruidos aleatórios...(http://www.youtube.com/watch?v=qRbvwChy820). Enquanto o camuflado para a neve coçava sistematicamente o seu real traseiro, o guitarrista (um senhor já mais velho) dedicava-se a pegar em escovas (sim daquelas de limpar sapatos), esponjas (sim de lavar pratos), correntes, arcos de violinho e tudo o mais que se lembrasse e vai de aleatóriamente esfregar nas cordas da guitarra...

Enquanto isto, o pessoal cá fora começava a abanar a cabeça ao suposto ritmo daquilo (ritmo que sinceramente não consegui detectar pois tudo era aleatório)....gostei especialmente de um que começou a curtir o ritmo antes do ruido se iniciar...

Ao fim de 45 minutos e de começar a ficar com dor de cabeça, resolvemos sair...enquanto saimos mais 2 ou 3 pessoas tambem saiam....

Resumo: Não me lixem, não sei quem poderá gostar daquilo. Pois aquilo não é nada! Mandamos 20€ para o lixo.

Em boa hora resolvemos ir para aqui (lavar as máguas da experiência traumatizante que tinhamos passado):

http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvRegArtigo.asp?reg=404389&catbn=374

E foi assim a minha primeira ida à Gulbenkian!

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Musica nº2


Existem dias de stress e trabalho....ontem foi um desses dias para
mim...

E depois existem dias como hoje, em que tudo o que apetece é relaxar a ouvir uma musica como esta...

Lazy Days - Enya

Lazy old day
rolling away
dreaming the day away
don't want to go
now that I'm in the flow
crazy amazing day
One red balloon
floats to the moon
just let it fly away
I only know
that I'm longing to go
back to my lazy day
And how it sings and how it sighs
and how it never stays
And how it rings and how it cries
and how it sails away... away... away....

sábado, 19 de julho de 2008

Que da ocidental praia lusitana...



O tema de hoje é o Oriente.

Já algum tempo que andava para escrever sobre este tema, mas a vinda de um grande amigo meu de Macau deu o toque final para que o assunto tivesse finalmente direito a ver a luz do dia!
Há quase 600 anos, em 1415 os Portugueses comandados pelo Rei D.João I, Mestre de Avis (o mesmo que fez par com a Dona Brites de Almeida em Aljubarrota) entra em Ceuta, dando o pontapé de saida para os descobrimentos portugueses. No século seguinte a Cruz de Cristo haveria de ser levada até à China, Japão e Mar de Timor.
A presença administrativa haveria de se prolongar até 1999 com o baixar da bandeira em Macau...mas que ficou para alem disso, desses 6 séculos de presença?
Que resta nas praias de Ormuz, Goa, Damão? Malaca? Nagazaki, etc?
Resta as ruinas materiais e espirituais do que foi em tempos o nosso poder , de como um pequeno país com um milhão de habitantes em 1500 se lançou em barcos numa viagem de 6 meses para estabelecer um império do outro lado do mundo. Fortes foram levados como se de legos se tratassem, pequenas guarnições de soldados e aventureiros ousaram desafiar impérios milenares (Persa por exemplo...), missionários foram martirizados (no Japão por exemplo), mas o sonho cumpriu-se...a história ficou...
Passamos os 5 séculos seguintes a lamentar o que podiamos ter conseguido...ainda hoje o fazemos...
Que resta agora? Será que o lema "Dar novos mundos ao mundo" e a esfera armilar na Bandeira Portuguesa já nada representa?
Depende de cada um ter presente esse espirito, essa alma lusitana que é sem duvida o nosso maior trunfo nesta época de globalização!

domingo, 6 de julho de 2008

Livro nº2

Como segunda sugestão de leitura, deixo-vos o livro que me despertou para a obra de Anton Tchekhov.

A "Estepe" conta a historia de uma pequena viagem de um miudo de nove anos rumo à escola...isto na planicie russa do final do século XIX.

Os contos de Tchekhov são de uma simplicidade incrivel tanto do enrendo como das histórias das suas personagens levando-nos ao longo das narrativas para um modo de ver a vida que muito se distancia do estilo de vida actual....
Peguem na versão de bolso do livro, vão até ao campo e percam umas horas com o livro...garanto-vos que vale a pena...não vão é depremidos para lá...porque os contos de Thekhov não vão ajudar!


sábado, 5 de julho de 2008

Musica nº 1



Hoje chegou a vez da primeira musica dar entrada no blog, como estou na minha terra natal; depois de um passeio nocturno pelas ruas da localidade a ouvir histórias e estórias de cada recanto...que melhor musica senão esta? Provavelmente não conhecem...mas o poema é delicioso...(do Carlos Tê que mais se poderia esperar?)

http://www.youtube.com/watch?v=bqMvwxsey8g

A Gente Não Lê
Rui Veloso
Composição: Carlos Tê / Rui Veloso


Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão
Rogar a deus que nos guarde
Confiar-lhe o destino na mão
Que adianta saber as marés
Os frutos e as sementeiras
Tratar por tu os ofícios
Entender o suão e os animais
Falar o dialecto da terra
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais
E do resto entender mal
Soletrar assinar em cruz
Não ver os vultos furtivos
Que nos tramam por trás da luz
Aí senhor das furnas
Que escuro vai dentro de nós
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezítia
De boca em boca passar o saber
Com os provérbios que ficam na gíria
De que nos vale esta pureza
Sem ler fica-se pederneira
Agita-se a solidão cá no fundo
Fica-se sentado à soleiro
A ouvir os ruídos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira
Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E nã quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem...

domingo, 29 de junho de 2008

Dia da Graça vs Dia da Desgraça?


O tema de hoje é o Domingo.
Já alguma vez pararam para comparar o vosso Domingo actual e o Domingo de à 15 anos atrás?
Eu fiz hoje esse exercicio....
No final dos anos oitenta, inicio dos anos noventa o meu domingo começava às 9 da manhã.
Depois do pequeno almoço, toda a familia se preparava para a missa dominical na Igreja de S.Silvestre. Nesses dias passados, toda a terra se preparava para esse acontecimento...os melhores fatos eram vestidos...as joias saiam das comodas.....uns podem chamar a isso vaidade...nada disso...naqueles dias...em que os conceitos de abudância e riqueza eram outros...aquele momento representava o esquecimento dos problemas quotidianos...
Ao meio dia em ponto .... uma igreja cheia...um coro feito pela juventude da terra...as palavras inflamadas do Padre Manuel (Que Deus guarde a sua alma.. pois muito fizeram por esta terra e estas gentes...)...
Por volta da uma e um quarto, as pessoas ao sair...punham a conversa em dia no adro da Igreja....pouco a pouco a direcção de casa era tomada...ruas cheias de gente a pé ... para o almoço de familia ... os filhos vinham de Lisboa ... era o momento da semana para muitos idosos ...
Na minha casa tipicamente à um e meia estavamos a almoçar ... o domingo significada direito a batatas fritas, a sobremesa e a um refrigerante!!!! Ainda me lembro tão bem dos Joi, do Sucol, etc... na altura parecia um tesouro.... e agora? fico enjoado só de pensar naqueles sumos....mudam-se os tempos...
Depois de almoço, praticamente todas as familias que podiam rumavam até ao café, local por excelência àquela hora... quanto a minha familia...era ao café do João "Farinheira" que iamos...amigo pessoal da familia, depois de almoço costumava estar muito bem disposto (os copos a funcionarem....). Era ai no café "O Retiro do Caçador", que se falava, tentava arranjar dinheiro para um gelado que nem sempre conseguia....mas quando conseguia o valor que tinha:)
Depois voltar a casa ou então proceder as visitas dominicais....pelas casa de familiares!
Ao fim do dia já em casa, preparava-se o jantar. Tipicamente uma canja, era o unico dia da semana que não tinha de comer legumes ou hortaliça na sopa!!!
Cedo ia para a cama, pois no dia seguinte as 7h30 era hora de acordar e ir para a escola!
E 15 anos passado, o que sobre desse dia mágico?
Para muitos dos que partilharam esses domingos comigo ... resta os centros comerciais...onde magotes vão passar horas em filas.... para não comprarem absolutamente nada (sinais da crise).
Outros passam o dia em casa de pijama...pois se é para descansar significa não fazer absolutamente nada.... e o que resta para mim, desses saudosos domingos?
Bem eu cá vou tentanto manter tudo da mesma forma ... levanto me cedo, vou a uma igreja despida de gente e do entusiasmo de outrora.... segue-se o almoço dominical ... com melhores iguairas do que no passado (sinais do crescimento enconómico da familia e do país....). Depois de almoço já não há o café de outrora...tento encontrar-me com amigos...o que nem sempre é possível... e depois há a viagem para Lisboa .... de volta aos lobos e ao trabalho .... por uma vida melhor....
Será mesmo por uma vida melhor? O que eu e tantos fazemos essa viagem? O que será que conseguimos realmente? Dinheiro?! Uma casa melhor? Um BMW? E o resto? Que deixamos morrer nos ultimos 15 anos...a herança que nos deixaram....que fizemos dela? Será justo que as novas gerações não tenham direito à magia que nós tivemos? A nossa geração melhorou muitas coisas sem duvida....mas está a deixar morrer outras tantas....
Renovem este dia da semana....tirem-lhe o significado religioso se quiserem...mas não deixem nunca morrer o significado familiar e de comunidade. A vida é um momento bem mais pobre sem essa magia....
Bom Domingo!!!!

sábado, 21 de junho de 2008

Terra-Mãe

Desta vez, o tema é a Terra-Mãe.

Terra-Mãe é um tema tão vasto como o mundo...
Os Russos chamam-lhe Santa Mãe Russa, os americanos "Home-land", etc etc....eu gosto de lhe chamar o "Rectângulo à Beira Mar Plantado"!

O sentimento de Terra-Mãe é provavelmente dos mais complicados de definir. O que me leva a mim ou a qualquer um de voces a sentir-se em casa por exemplo em Ponte de Lima? Não nascemos lá, mas no entanto mal entramos naquela ou noutra vila lusitana o sentimento de pertença invade-nos e toma conta de nós. Misturado com algum orgulho, olhamos para as gentes, tradições, edificações e espirito do local como algo muito nosso.

Alguns dirão (e com certa razão) que nada mais é do que o espirito tribal que ainda habita cada um de nós....dirão mesmo que o patriotismo (não confundir com nacionalismo) representa o atraso de um povo ou de alguem....

Eu digo aqui, que nada mais de errado existe!

O patriotismo que nos enche, no castelo de Guimarães, na Ponta de Sagres, no Centro de Evora, em Marvão e noutras cententas de locais não se explica por sentimentos tribais ou sinais de atraso de um povo...as lagrimas que derramamos ao ouvir A Portuguesa não podem ser explicadas como quadros teoricos de evolução da especie!

É uma questão de identidade. Da mesma forma que identificamos os nossos pais e familia como algo a que pertencemos não por imposição, mas sim por identidade, porque uma parte de nós é a nossa familia; também a nação a que pertencemos faz parte de nós. A nossa personalidade depende tambem desse espirito de nação!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Felicidade


Mas afinal o que é a Felicidade?

Cada pessoa tem a sua propria definição e a sua vivência da mesma, portanto a minha definição diverge provavelmente da tua.

Felicidade segundo o "Daniel": Assumpção de verdade em duas condições:

- Sentimento de preenchimento na área em causa (por ordem de importância: Saude, Suporte Emocional, Cultural, Profissional e Financeiro);

-Ausência de preocupações sobre a área em causa (sendo que as preocupações podem ser infundadas ou não, por exemplo: Saude: todos sabemos o nosso destino, mas é a capacidade de abrastração dessa certeza que nos permite libertar nessa desejada ausência);

Perante esta definição que alguns contestarão (parece que estou a ver o Ricardo Oliveira a remoer-se todo lol), que na minha opinião conseguimos verdadeiramente sentir-nos felizes.
Há quem defenda que falta acrescentar a estas duas condições o desafio, pois como alguem diria: "A felicidade não está no objectivo, mas sim no caminho do mesmo". Não podia discordar mais. O caminho torna-nos felizes pela "euforia" da certeza do sucesso (leia-se felicidade) atinginda no culminar. Ou seja, o caminho é em si mesmo um objectivo e portanto não pode ser considerado um caminho para algo no sentido lato do termo.
Outro aspecto que tenho percebido de conversas entre vós amigos, é que a valorização da felicidade e a sua definição depende muito do grau de vivência da mesma e da experiência de alguém face à felicidade. Uma certeza que me alimenta, advêm da constantação que quanto mais perto da "Felicidade total" alguêm esteve (longe de mim dizer que tal é possivel, mas considero aqui que "Felicidade Total" representa atingir a Felicidade de forma consistente em todos os itens descritos acima), mais complicado é voltar a ser feliz. O efeito "coitados dos ricos, que os pobres contentam-se com pouco" nunca tive uma aplicação mais transversal à sociedade.
A necessidade mais ou menos absoluta de vivência de ritmos de felicidade altos, advêm da vivência no passado desses mesmos níveis. Sendo portanto cada vez mais complicado após uma queda, volta a subir na escada que classifica esse sentimento.
É possivel inverter uma queda descendente?
A questão não é simples. A variação da capacidade de cada ser humano, em cada momento, perante as circunstâncias envolventes faz com que a resposta a esta questão não seja linear. No entanto, o principio que a felicidade atrai felicidade aplica-se e tem constatação real. Logo a receita é simples, um pequeno momento de felicidade (causado por terceiros por exemplo) pode desencadear relações de causa-efeito que invertam essa queda. No entanto um pequeno click é no seu inicio apenas uma chama piloto que terá ser protegida e alimentada se se prentende que venha a dominar o mundo. E é nessa protecção devida, que a dificuldade reside! Condições ambientais capazes e esse piloto poderá ganhar as devidas proporções.
Porque tentar a Felicidade?
Será que a felicidade é um fim em si mesmo? O objectivo supremo do ser humano? Definitivamente não. O ser humano procura através do seu código genetico a continuidade da evolução. A felicidade apenas é um catalisador desse mesmo propósito, na medida em que permite a alguêm tornar essa evolução mais rápida (à semelhança do efeito da "Moral" numa sociedade).
E Deus terá alguma coisa a dizer aqui?
Será que Deus (a existir) nos libertou desse código e nos permitiu atingir outros fins enquanto objectivos em sim mesmo?
Bom tema para uma discução mais alargada ..... mas vai ficar para outro dia!