sábado, 18 de outubro de 2008

Avaliação dos Professores...

Hoje, mais uma vez este tema atravessou-se na minha vida.
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Depois de manifestações, protestos, negociações, sindicatos sem se entenderem parece finalmente que uma avaliação está em curso (ou a tentar estar em curso!).
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Sendo filho de pais professores, sempre tentei entender como seria a avaliação, sobre que aspectos iria incidir, quem seria os avaliadores, etc.
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Este fim de semana, recebi o pedido de ajuda da minha mãe para preencher "uns campos" na proposta de avaliação dela, foi quando me apercebi da verdadeira dimensão do desastre do ensino em Portugal.
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Ouve-se muitas bocas sobre o facilitismo, o bonito das estatisticas, etc.
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Aqui fica a minha análise depois de ter estudado toda a questão. Perdoem me qualquer erro ou má interpretação...sou engenheiro não professor!
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Então o sistema é o seguinte:
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Avaliação dos professores: é indispensavel! Existe bons e maus professores como em qualquer outra profissão. A avaliação dos professores baseia-se numa série de elementos determinados pela escola (agora diz-se agrupamento, modernisses..) sob orientação de linhas mestres do ministério da educação. Em seguida o professor acorda com o avaliador quais serão os objectivos a alcançar.
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Conclusão:
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Uma avaliação só é efectiva e capaz de puxar os melhores para cima para cargos ou posições que necessitem das pessoas mais capazes e empenhadas se for objectiva e efectuada por uma entidade independente. Dou um exemplo: num exame escrito que quem corrige não conhece o aluno, nada mais de imparcial pode existir enquanto avaliação (não é perfeito mas garante igualdade de circunstâncias para todos e independecia e objectividade na análise, conhecem algo melhor?). O caso dos professores está o mais longe possivel disto: utiliza-se por um lado a avaliação que os professores fazem dos alunos para avaliar os proprios professores a que se soma uma série de parametros algo nublosos que no final do ano estou para ver como os vão classificars.
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Resultado 1:
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O ministério tenta diferenciar os professores (não o consegue fazer por incompetência e falta de liderança), e os professores erram pelo seu lado pois tinham a oportunidade de mostrar ao país a sua verdadeira capacidade ao não montarem em cada escola uma avaliação realmente objectiva, sei que não era a sua função e era complicado, mas teria sido uma lição se tivesse sido alcançado!
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Resultado 2:
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O ministério na sua ansia de bons resultados, ao colocar os professores sob avaliação dependendo das notas e da % de "retenções" (belo nome para chumbo não acham?) consegue com a avaliação dos professor colocar-nos em pautas ao nivel de uma Islandia ou Finlandia! A diferença reside que aqui toda a gente "transita" (belo nome para passar de ano!) sem saber literalmente ler nem escrever....já vi casos de alunos do 4º ano (sim porque quarta classe era no nosso tempo e agora já não é fashion!) que ainda estão a aprender as vogais (leram bem as vogais!!!).
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Comentário Final:
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Este sistema vai permitir que se safe:
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- Os filhos da Elite que podem colocar os seus em certos colégios que olham para a avaliação de forma séria;
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- Filhos de pais preocupados que dão o empowerment aos professores que o ministério não dá;
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Quem se lixa:
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- Os desprotegidos filhos de pais que não se preocupam...ou nem sequer sabem o que é preocupar e acompanhar. Basicamente para os quais os ministério deveria prioritáriamente implementar os seus modelos de educação...

2 comentários:

Anónimo disse...

Para quem não é professor, a leitura não está muito mal feita. Mas, isto ainda é pior do que tu dizes! Há detalhes que só quem está por dentro é que sabe!

Anónimo disse...

Como eu te compreendo...

E a parte gira: serem os professores a avaliar-se uns aos outros, mesmo dentro do tal "agrupamento". Fazendo a analogia com o caso dos exames e os alunos... é o mesmo que ter os alunos a corrigir os exames uns dos outros.

Custava alguma coisa terem uma "ASAE das escolas", onde fossem visitadas as escolas e presenciadas as aulas de um qualquer professor ao acaso, sempre por uma entidade independente e especializada, que avaliasse parâmetros concretos, levando sempre em linha de conta o meio social onde se enquadra a escola?

Ainda mais bonito: Quem escolhe os professores avaliadores? Há garantias de que sejam idóneos? Parece que não, pelo menos de um ou dois casos que conheço. Provove-se o "amiguismo" à descarada, quase incentivado por um sistema de avaliação tão peculiar.

Isso já existiu, eu era miudo e ainda me lembro desse mito que era "O Inspector", mas que desapareceu, sabe-se lá porquê...


No meio disto tudo: Os professores são cada vez menos professores, e cada vez mais burocratas cuja principal função é preencher os papéis certos da maneira mais acertada, e assim até pode ser que consigam ir prosseguindo na carreira.

Onde está a igualdade e a justiça?