domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril


Faz hoje 36 anos que naquela manhã de Abril, jovens oficiais militares tomam na mão o destino de um país.

A música na rádio desencadeia as operações.

Chegou a hora da liberdade. Durante as horas que se seguiram, o regime vai claudicando. No ar sente-se que não uma verdadeira vontade de reagir. Muitos dos regimentos leais ao governo não chegam a sair dos quartéis. A fragata Gago Coutinho foi o símbolo da indecisão de grande parte dos militares nesse dia, ao serem ordenados que abrissem fogo sobre o Terreiro do Paço, recusam-se determinamente.

Sem que nenhum dos lideres do regime tome a iniciativa e pegue as rédeas dos acontecimentos, no final do dia Marcelo Caetano está a rumar para a Madeira e mais tarde para o Brasil para um exílio definitivo.

Tratou-se da revolução portuguesa mais simples do ponto de vista militar. Revoluções bem e mal sucedidas anteriores como o 5 de Outubro, 1º de Dezembro, 31 de Janeiro, entre outras, receberam resistência e a força das armas foi empregada de forma activa.

No 25 de Abril de 1974 apenas alguns agentes da PIDE/DGS resistiram efectivamente, e fizeram-no porque sabiam que a justiça seria aplicada...não para salvar o regime.

Aquele dia, foi um dia de sonhos...um país amordaçado provou a liberdade. No ano e meio que se seguiu Portugal não sabia o que fazer com essa liberdade.

As nacionalizações, a reforma agrária, as barricadas nas estradas, as sedes do PC queimadas, entre outros provam que da esquerda a direita Portugal esteve sem rumo...Mas aquela manhã deu a Portugal os dois maiores valores: direito a vida e a liberdade.

Muito ficou por cumprir daquele sonho. O país evoluiu muito em termos de cultura, mentalidade, abertura ao mundo, justiça e economia. Mas muito se perdeu: de uma descolonização catastrófica...da qual o saldo é completamente negativo a uma estrutura de valores que não soube ser conservada (e que a ser mantida, seria hoje um factor disruptivo no mundo global em que vivemos).

Agora que pouco a pouco começamos a distanciar daquele marco da história de Portugal, começa a ser tempo de as análises históricas substituírem a instrumentalização partidária.

O 25 de Abril de 1974 é uma data de Portugal e de todos os Portugueses.

Aos militares de Abril que naquela manhã quiseram dar um melhor futuro a Portugal, uma nação agradecida!

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